O déspota perfeito deve tramar soturnamente para ser temido, restringir as liberdades, mas deve parecer ao povo tolerante e compreensivo, humano a ponto de se emocionar e saber arrancar lágrimas dos seus olhos e de quem o escuta. Porém, deverá lembrar que o governo permissivo representa um grave risco de perder o poder.
O que ele mostrará de generosidade será na quantidade exata para encobrir ou compensar a crueldade com que se livrará das ameaças. Por isso tem que parecer piedoso, fiel, integérrimo, religioso e justo.
Mas estará pronto quando entender que nada disso é suficiente para se transformar no contrário... e ser implacável.
A princípio, deve prestar atenção para que nunca saia de sua boca uma exortação das qualidades, deixando os áulicos exaltarem suas virtudes..
Ele precisa parecer, não ser.
Na presença do povo se mostrará cheio de piedade, de fé, de integridade, de religião, de justa compreensão; é necessário que saiba colorir bem essas encenações, ser um grande simulador e dissimulador.
A maioria dos homens do povo, em sua natureza, é simples e aflita por necessidades triviais, quem a enganará com gestos de munificência encontrará sempre uma multidão que se deixará enganar....
Cada um acreditará naquilo que ele aparenta nos gestos estudados; raros serão aqueles que entenderão, e esses poucos não costumarão se defrontar com a opinião da massa crédula e fascinada; eventualmente aproveitarão as possibilidades de explorar as fraquezas e se arrolarão entre os cúmplices para dessa situação tirar proveito. Onde o engano pode resolver não usará a força.
Os parágrafos acima, livremente traduzidos e interpretados nesta coluna, são retirados de o "Príncipe", de Nicolau Maquiavel. Ele acreditou na crueldade de lobo, na astúcia da raposa e na capacidade interpretativa, que vislumbrou no príncipe Cesare Borgia, para unificar a Itália, dividida em dezenas de pequenos Estados. Cesare faleceu antes mesmo que "O Príncipe" chegasse a suas mãos e pelo menos um século antes de a obra se consagrar como o evangelho "insuperável" do homem de poder, especialmente o sem escrúpulo e moral.
Certamente, hoje, o florentino pousando no Brasil ficaria estupefato com "seus" alunos, que, ao sul do equador, encontraram terreno fértil para alcançar resultados mirabolantes. Primeiramente, pelo estofo dos governantes, prá lá de inescrupulosos e sedentos de poder; secundariamente, pela pobreza material e intelectual das massas (uma alimentando a outra), castigadas por séculos de maquiavelismo que se renova e se fortalece a cada geração.
O que ele mostrará de generosidade será na quantidade exata para encobrir ou compensar a crueldade com que se livrará das ameaças. Por isso tem que parecer piedoso, fiel, integérrimo, religioso e justo.
Mas estará pronto quando entender que nada disso é suficiente para se transformar no contrário... e ser implacável.
A princípio, deve prestar atenção para que nunca saia de sua boca uma exortação das qualidades, deixando os áulicos exaltarem suas virtudes..
Ele precisa parecer, não ser.
Na presença do povo se mostrará cheio de piedade, de fé, de integridade, de religião, de justa compreensão; é necessário que saiba colorir bem essas encenações, ser um grande simulador e dissimulador.
A maioria dos homens do povo, em sua natureza, é simples e aflita por necessidades triviais, quem a enganará com gestos de munificência encontrará sempre uma multidão que se deixará enganar....
Cada um acreditará naquilo que ele aparenta nos gestos estudados; raros serão aqueles que entenderão, e esses poucos não costumarão se defrontar com a opinião da massa crédula e fascinada; eventualmente aproveitarão as possibilidades de explorar as fraquezas e se arrolarão entre os cúmplices para dessa situação tirar proveito. Onde o engano pode resolver não usará a força.
Os parágrafos acima, livremente traduzidos e interpretados nesta coluna, são retirados de o "Príncipe", de Nicolau Maquiavel. Ele acreditou na crueldade de lobo, na astúcia da raposa e na capacidade interpretativa, que vislumbrou no príncipe Cesare Borgia, para unificar a Itália, dividida em dezenas de pequenos Estados. Cesare faleceu antes mesmo que "O Príncipe" chegasse a suas mãos e pelo menos um século antes de a obra se consagrar como o evangelho "insuperável" do homem de poder, especialmente o sem escrúpulo e moral.
Certamente, hoje, o florentino pousando no Brasil ficaria estupefato com "seus" alunos, que, ao sul do equador, encontraram terreno fértil para alcançar resultados mirabolantes. Primeiramente, pelo estofo dos governantes, prá lá de inescrupulosos e sedentos de poder; secundariamente, pela pobreza material e intelectual das massas (uma alimentando a outra), castigadas por séculos de maquiavelismo que se renova e se fortalece a cada geração.
Fonte: Otempo
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