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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Existe uma banalização da justiça contra os poderosos?

Os novos e os antigos poderosos dos Executivos e Legislativos não se cansam de reclamar - os órgãos de fiscalização, notadamente os promotores públicos, estariam exagerando no cumprimento de suas funções. E estão. Emitem ofícios, abrem processos, debatem na imprensa, processam e, especialmente, prendem aqueles que, até há pouco, agiam e se sentiam "donos do poder". O tempo dos ultrapoderosos do Executivo passou...
As novas atribuições dos promotores pertenciam aos delegados de polícia e aos membros dos legislativos. Foram tão somente ampliadas e modernizadas. A polícia civil se encarregava da prisão dos poderosos. Aos vereadores, deputados e senadores era atribuído o poder de fiscalizar os membros das prefeituras, governos estaduais e federal. Era. Na prática, isso deixou de existir.
Perderam os poderes porque não os praticaram. Pior. Muitos, deles, se locupletaram.
Partidarizaram, esqueceram de prestar serviço para a sociedade e foram fazer genuflexões aos poderosos. Os promotores, jovens em sua maioria, ocuparam os espaços, ocuparam um vácuo que existia desde dezenas de anos. Talvez, desde sempre. Delegados e parlamentares perderam seus poderes. Provavelmente, para sempre. Enquanto corporações, estão diminuídos em suas ações. Também não gozam de credibilidade ou respeito.
Mas, afinal, existe uma banalização dos promotores de justiça contra os poderosos? A resposta é que existem exageros, no meio de acertos. São decorrentes de atos de afirmação, de gerir o que é novo. Ainda estão aprendendo e medindo suas forças reais. "Espicham" as leis para ver até onde é possível chegar. Também há o erro, esperado para quem estuda, dos exageros midiáticos. Não podem ver uma câmera de televisão ou um repórter sem emitir opiniões ou proferir sentenças, usurpando o papel dos juízes. São apenas 3 ou 4 anos de verdadeiro poder. Muito pouco tempo para eles, e parcela ponderável da população, estabelecerem os reais limites de seus poderes.
Terão de aprender a usar a arma que a sociedade lhes legou, sem perder a bala, sem desperdiçar o cacife de credibilidade que lhes foi legado. Terão de aprender a não apresentar denúncias vazias ou raquíticas. Não podem banalizar. Também não podem denunciar gregos e deixar incólumes troianos. Terão de entender que os poderosos hoje tremem com suas ações. E respeitar esse temor reverencial. Não podem desejar a extinção do poder executivo. Atualmente, uma parcela de loucura, ou de desconhecimento, acomete aqueles que ousam aceitar um cargo de secretário municipal. 
A continuar, abandonarão os cargos, pedirão demissão. As notícias que chegam dos bastidores da administração municipal dizem que quase todos estão vivendo sob a égide do temor, alguns do terror. Há poucos dias chegaram ao porto do poder, preparam as malas para o retorno a seus lares.

O novo Maquiavel e as antigas Leis do Poder
Em sua posse com prefeito de São Paulo, João Dória, citou um autor norte americano, cujo livro de estréia, "As 48 Leis do Poder", vem sendo comparada a "O Príncipe", obra póstuma de Nicolau Maquiavel, clássico da ciência política. O livro do norte americano vem sendo considerado a "Nova Bíblia dos Políticos". É um best-seller sobre poder, estratégia e sedução. A lei mais polêmica: "destrua seus inimigos completamente", é uma das causadoras do sucesso desse livro, que vem sendo lido e usado não só por políticos, mas também por empresários e administradores. Mas também há o "Mantenha as mãos limpas". Em verdade é uma releitura de Maquiavel, uma modernização do antigo pensamento sobre o poder. Vamos a elas:

1. Não ofusque o brilho do mestre.
2. Não confie demais nos amigos, aprenda a usar os inimigos.
3. Oculte as suas intenções.
4. Diga sempre menos do que o necessário.
5. Muito depende da reputação, dê a própria vida para defende-la.
6. Chame atenção a qualquer preço.
7. Faça os outros trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito.
8. Faça as pessoas virem até você, use uma isca, se for preciso.
9. Vença por suas atitudes, não discuta.
10. O contágio: evite o infeliz e azarado.
11. Aprenda a manter as pessoas dependentes de você.
12. Use a honestidade e generosidade seletiva para desarmar a sua vítima.
13. Ao pedir ajuda, apele para o egoísmo das pessoas, jamais para a sua misericórdia ou gratidão.
14. Banque o amigo, aja como espião.
15. Aniquile totalmente o inimigo.
16. Use a ausência para aumentar o respeito e a honra.
17. Mantenha os outros em um estado latente de terror, cultive uma atmosfera de imprevisibilidade.
18. Não construa fortalezas para se proteger, o isolamento é perigoso.
19. Saiba com quem está lidando, não ofenda a pessoa errada.
20. Não se comprometa com ninguém.
21. Faça-se de otário para pegar os otários, pareça mais bobo do que o normal.
22. Use a tática da rendição: transforme a fraqueza em poder.
23. Concentre as suas forças.
24. Represente o cortesão perfeito.
25. Recrie-se.
26. Mantenha as mãos limpas.
27. Jogue com a necessidade que as pessoas tem de acreditar em alguma coisa para criar um séquito de devotos.
28. Seja ousado.
29. Planeje até o fim.
30. Faça suas conquistas parecerem fáceis.
31. Controle as opções: quem dá as cartas é você.
32. Desperte a fantasia das pessoas.
33. Descubra o ponto fraco de cada um.
34. Seja aristocrático ao seu próprio modo, aja como um rei para ser tratado como tal.
35. Domine a arte de saber o tempo certo.
36. Despreze o que não puder ter: ignorar é a melhor vingança.
37. Crie espetáculos atraentes.
38. Pense como quiser, mas comporte-se como os outros.
39. Agite as águas para atrair os peixes.
40. Despreze o que vier de graça.
41. Evite seguir as pegadas de um grande homem.
42. Ataque o pastor e as ovelhas se dispersam.
43. Conquiste corações e mentes.
44. Desarme e enfureça com o efeito espelho.
45. Apregoe a necessidade de mudança, mas não mude muita coisa ao mesmo tempo.
46. Não pareça perfeito demais.
47. Não ultrapasse a meta estabelecida; na vitória, aprenda a parar.
48. Evite ter uma forma definida.
Grandes escritores não morrem, presidentes são listas
Quem hoje lembra o nome do rei da França na época de Moliére? Quem era o presidente dos Estados Unidos durante a vida de Edgard Allan Poe? Quem sabe o nome do czar da Rússia enquanto vivia Dostoievski? Dostoievski ou Tolstoi são hoje mais famosos e mais presentes que Alexandre ou Nicolau número tal. Por acaso você se lembra quem era o Presidente do Brasil quando morreu Machado de Assis? Reis e presidentes são apenas listas. Poderes efêmeros e com prazo de validade em cima do código de barras. Os grandes escritores e pensadores não morrem.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Os olhos dos homens nas eleições de 2014

“Os homens, universalmente, julgam as coisas mais com os olhos do que com as mãos, porque todos podem ver, mas poucos podem sentir. Todos veem aquilo que pareces, mas poucos sentem o que és; e esses poucos não ousam opor-se à opinião da maioria, que tem, para defendê-la, a majestade do Estado” (Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, tradução de Maria Julia Goldwasser, 4ª edição, São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, pág. 87).
Entre os enganos frequentes – e são tantos – das análises que se ocupam de investigar a confluência entre a política e a comunicação está o de supor que o engenho de seduzir o olhar alheio tenha sido um produto do século 20 ou, vá lá, uma invenção do final do século 18, no bojo das revoluções que culminariam por fabricar nos comuns do povo a ilusão de que seriam eles os protagonistas da História. Claro que o século 20 massificou a propaganda política, assim como massificou tudo o mais. Claro, também, que a Revolução Francesa não se cansou de “jogar para a plateia”, a ponto de usar o teatro da guilhotina como a prova sangrenta de que o novo poder, não sendo condescendente com os nobres, não seria condescendente com mais ninguém (nem mesmo com Danton, o revolucionário que foi executado aos 34 anos de idade, ou Robespierre, decapitado aos 36).
Vista como um fenômeno de comunicação política, podemos dizer que, em seu início, a Revolução Francesa triunfou porque soube proclamar a si mesma, nos panfletos parisienses, como a emissária da liberdade, da igualdade e da fraternidade. No final, malogrou porque lhe restou apenas a imagem de ser a lâmina do terror e nada além do terror. A comunicação também esteve no centro da estratégia que levou à criação dos Estados Unidos da América: foi com uma série de artigos de jornal que os federalistas ganharam os bons olhos da opinião pública para a causa de que a união faria a força dos Estados.
Rituais carnavalescos
As técnicas de propaganda na política, a partir do século 18, são bem conhecidas de todos. Mas elas não foram inventadas ali. Esse tipo de comunicação é bem anterior à Revolução Francesa. Em 1515, quando entregou a Lorenzo o texto com seus conselhos, Nicolau Maquiavel alertava para isto: os homens julgam mais com os olhos do que com o juízo, quer dizer, formam o juízo a partir do que veem. Em O Príncipe ele ensina que política é jogo de cena. “A um príncipe não é necessário ter de fato todas as qualidades (ele fala de “piedade, fé, integridade, humanidade, religião”), mas é bastante necessário parecer tê-las.” Nesse ponto, o pensador florentino ecoa Júlio César – que teria dito, no ano 63 a.C., que “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta” –, mas o faz com uma distinção crucial: para ele, a honestidade da mulher de César seria um dado de pura irrelevância: se ela realmente parecesse honesta, não teria necessidade alguma de ser honesta.
Desde Júlio César – e desde muito antes, na verdade – a conquista, o exercício e a manutenção do poder envolvem a construção, o uso e a manutenção da imagem. A política se faz pelas armas e pela comunicação, num combinado que conjuga força e circo (e pão também, ocasionalmente), para erguer e entronizar uma imagem.
É bem verdade que o século 20 trouxe rupturas estruturais nessa fórmula, com o aprimoramento e agigantamento industrial das ferramentas de sedução (dos olhos dos homens) pela imagem. A partir da indústria cultural a comunicação passou a exercer funções que antes (em Maquiavel também) cabiam à violência direta. Mais: o uso da violência converteu-se numa forma ultraelaborada de espetáculo a serviço da comunicação política. Hoje, muito mais do que antes, os atentados terroristas (que sempre foram atos de propaganda perversa), as manifestações de rua (propaganda relativamente benéfica) e mesmo as guerras são atos (espetaculares) de comunicação, cujo objetivo é fixar ou destruir imagens que disputam o imaginário em torno do poder. O terrorismo e a guerra passaram a ser não mais a continuação da política por outros meios (Clausewitz), mas o prolongamento da comunicação política por meio de signos de exceção.
Política, enfim, é comunicação – e essa comunicação pode lançar mão da força para tocar as retinas dos homens que não sabem conhecer o mundo pela própria ação. Do mesmo modo, e com os mesmos propósitos, lança mão das atividades circenses de maior envergadura, como os grandes festivais de rock e as jornadas esportivas de visibilidade planetária. Na comunicação política os rituais carnavalescos e festivos são equivalentes comunicacionais dos bombardeios redentores.
Artilharia publicitária
É o que veremos em breve. Como bem sabe o leitor, dentro de cem dias, ou um pouco menos, será aberto no Brasil um celebrado Campeonato Mundial de Futebol, que contará com a participação de um time composto de atletas brasileiros especialmente selecionados para isso. O plano de comunicação em que esse campeonato se vai desenvolver é o mesmíssimo em que as eleições presidenciais vão transcorrer logo em seguida (lembremos que a campanha eleitoral vai começar, oficialmente, em julho). As telas eletrônicas serão as mesmas. Os destaques do noticiário serão os mesmos. Os lugares físicos também: ruas, praças, aglomerações humanas. Os signos da nacionalidade – que servirão de âncora para a opinião crédula da maioria – atravessarão os dois eventos sem ter de mudar a fantasia. As eleições nacionais serão a continuação da Copa do Mundo – e pelos mesmos meios.
A partir de junho, a majestade do Estado estará a serviço da imagem dos governos (federal e estaduais). Vem aí uma artilharia de guerra publicitária sob a forma de um circo de congraçamento. O alvo serão os olhos dos eleitores. Maquiavel entrará no picadeiro, encarnado por marqueteiros e candidatos que, sem ter lido o que ele escreveu, sabem de cor as lições que ele deixou.
***
Eugênio Bucci é jornalista e professor da ECA-USP e da ESPM

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Dividir para reinar

Ao separar a Gafisa da Tenda, grupo traça o caminho para que as empresas, no mínimo, dobrem de tamanho em três ou quatro anos

Por Márcio JULIBONI

Do general chinês Sun Tzu (séc. V a.C.) ao pensador florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527), a ideia de dividir para reinar sempre foi associada à estratégia de separar as forças inimigas para enfraquecê-las e, assim, vencer a batalha. Dividir as próprias tropas, porém, não é uma prática comum, mas é a base do plano que a incorporadora Gafisa anunciou, na segunda semana de fevereiro, para dar um salto nos próximos anos. O objetivo é transformar suas marcas Gafisa e Tenda em empresas independentes. Se tudo der certo, o grupo espera, no mínimo, dobrar de tamanho no médio prazo com o desmembramento. “A soma das partes valerá mais que o todo atualmente”, afirma o presidente da Gafisa, Alceu Duilio Calciolari.
 
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Por conta própria: Sandro Gamba (à esq.) e Rodrigo Osmo assumirão
o comando da Gafisa e da Tenda, respectivamente, e as empresas
tomarão rumos cada vez mais distintos
 
Um exemplo do que se espera com a mudança é a evolução dos lançamentos. No ano passado, os imóveis com a marca Gafisa somaram R$ 1,085 bilhão. Já a Tenda, focada em habitação popular e que passou dois anos sem colocar nada no mercado, enquanto era reestruturada para sair de uma grave crise, lançou R$ 338 milhões. Assim, as duas somaram R$ 1,4 bilhão. Segundo Calciolari, em três ou quatro anos, a Gafisa tem condições de alcançar um patamar de R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões de valor geral de venda por ano. Qual é o segredo? Liberar recursos e energia das empresas. “Agora poderemos focar a companhia na sua própria operação, e há um mercado espetacular para as duas”, diz Calciolari. 
 
Para a Tenda, a cifra deve girar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Isso significa que as empresas podem dobrar de tamanho nesse período. Esses números também circulam pelo conselho de administração da incorporadora. “Há muito valor a ser gerado”, afirma um conselheiro, que pediu para não ser identificado. Embora a ideia de desmembrar as duas construtoras tenha começado a ser discutida mais seriamente em meados do ano passado, há pelo menos dois anos o comando da Gafisa tinha consciência de que a marca focada no médio e alto padrão e a Tenda não ganhavam nada juntas, com caixa e direção em comum. “As sinergias são tão pequenas quanto as de uma fusão entre uma companhia aérea e uma confecção”, afirma o conselheiro. 
 
Na prática, apenas a centralização das tarefas administrativas trazia alguma economia. O compartilhamento de materiais e técnicas de construção não trouxe os resultados esperados, simplesmente porque as marcas atuam em mercados distintos, utilizando produtos diferentes. “Um projeto da Gafisa requer mais artesanato, e a Tenda é praticamente uma indústria”, compara Calciolari.Mas a incompatibilidade operacional não é tudo. A separação das empresas representa também uma correção de rota. “A compra da Tenda foi uma grande besteira”, diz, sem meias palavras, o conselheiro da empresa. “O problema foi fazer tudo correndo, sem uma auditoria detalhada.” 
 
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Fim de um ciclo: Calciolari deixará a presidência da Gafisa em 90 dias, após a transição -
"A soma das partes (Gafisa e Tenda) valerá mais que o todo atualmente"
 
A companhia mineira, adquirida em 2008, revelou-se uma fonte de preocupações. Em 2011, quando o atual conselho de administração assumiu e Calciolari foi nomeado presidente, o comando da Gafisa decidiu incorporar a Tenda para lhe aplicar um “choque de gestão”. Ao separar novamente as marcas, a direção do grupo indica que a reestruturação da Tenda foi concluída. “Se tivéssemos separado as operações há dois anos, seria um desastre”, diz o conselheiro. Em 90 dias, o executivo Rodrigo Osmo, atual superintendente, assumirá a presidência da Tenda, que passará a ser uma companhia autônoma. 
 
O executivo, que até agora se reportava a Calciolari, responderá apenas ao conselho de administração do grupo. Sem ter de se preocupar com a Tenda, a Gafisa voltará às suas origens: a construção e venda de imóveis de médio e alto padrão nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. “Temos as condições para continuar atuando no segmento em que somos referência”, diz Calciolari. O executivo afirma que a Gafisa pode deter de 4% a 6% de participação de mercado na capital paulista, que recebeu lançamentos de R$ 20 bilhões no ano passado. A tarefa de consolidar a empresa caberá a Sandro Gamba, que assumirá a presidência após o período de transição comandado por Calciolari, que deverá deixar as funções executivas na Gafisa.
 
É claro que entre as intenções e os resultados, uma série de percalços pode ocorrer. Para os investidores, por exemplo, ainda há dúvidas sobre se a Tenda conseguirá mesmo caminhar com as próprias pernas. “Seria ruim ver a Gafisa ainda bancar alguns custos da Tenda”, afirma o analista de mercado Lenon Borges, da corretora Ativa. Outra dúvida é se o cenário continuará favorável, a ponto de sustentar o crescimento das duas companhias no ritmo desejado. Mas, pelo menos até agora, os especialistas em mercado imobiliário não enxergam sinais de perigo. 
 
Segundo Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, entidade que representa as incorporadoras paulistas,o mercado de médio e alto padrão continuará com boa demanda nos próximos anos, devido ao bônus demográfico – o crescimento da população e as novas famílias, que vão precisar de um imóvel. Já o Minha Casa Minha Vida deve continuar, mesmo no caso de uma eventual troca de governo. “É um programa politicamente interessante para todos”, diz Bernardes, do Secovi-SP. Basta lembrar que o déficit habitacional em 2011 (último dado disponível) era de 3,352 milhões de moradias. Agora, com os negócios em ordem, autonomia e um mercado favorável, Gafisa e Tenda estão em melhor condição do que nunca para construir seus próprios reinos e povoá-los com os clientes que lhes faltaram até o passado recente.
 
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Brasil, paraíso das autoridades que mentem e não aceitam críticas

O italiano Nicolau Maquiavel, em O príncipe, uma de suas mais conhecidas obras, basicamente um manual de como um chefe público deve se portar, disse que para permanecer no poder, o líder deve estar disposto a desrespeitar qualquer consideração moral, recorrer inteiramente à força, ao poder, manipular e até mentir. Foi mais longe, afirmou que é mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa grande mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade poucas vezes ditas. 
No Brasil, muitas autoridades públicas parecem seguir à risca as receitas do autor do manual, ao ponto de não burlar uma vírgula, a não ser que seja para seu próprio favorecimento. 
Neste paraíso das autoridades que mentem e não aceitam críticas, responder à interrogação de um agente policial, durante uma abordagem de rotina, parece ser mais desrespeitoso que não ficar quieto (sob uma chuva de chutes nas canelas, tapas na cara e pauladas de cassetetes nas costas), é considerado um verdadeiro desacato à autoridade, como se todas elas, as autoridades, fossem honestíssimas, ao ponto de não se corromperem por nada. Discordar da ideia de um funcionário público em seu pleno exercício da função, então, poderá levar o cidadão à prisão, mas o atendimento malfeito por muitos servidores públicos chega a ser uma verdadeira falta de consideração para com o cidadão que, obrigatoriamente, procura o serviço e pagam os salários dos agentes do Estado.
No Brasil, onde é proibido proibir, discordar de uma autoridade, ainda que ela esteja equivocada, é permanentemente proibido e aqueles que se atreverem a criticar um ato, mesmo que errado e irresponsavelmente cometido por um indivíduo que praticou alguma ilegalidade poderão ser taxados de ilegais.
Ora, ainda não faz muitos dias que a opinião sobre a queda de uma passarela causada por um caminhão-caçamba que deixou cinco mortos na Linha Amarela, na altura de Pilares, no Rio de Janeiro, de Rachel Sheherazade, jornalista que vem ganhando destaque e respeito, repercute Brasil adentro. 
A opinião da âncora do “SBT Brasil” foi recebida positivamente pelos milhares de brasileiros comuns que ainda acreditam no poder da mudança, gerando comentários nas ruas, nas aglomerações, nas redes sociais e em muitos veículos de comunicação, mas quem não gostou do comentário mesmo foram muitas autoridades públicas, ou privadas atreladas às tretas públicas, incluindo as três esferas do poder. É, parece que aqui no país do carnaval é preciso policiar a generalização e ninguém pode dizer que no Brasil “Está tudo errado!", como disse a jornalista Rachel Sheherazade. 
Vamos corrigir isso, então? Nada está errado? Estão corretas todas as autoridades deste país, mesmo quando muitas buscam se esquivar de suas próprias culpas? Aliás, neste país dos contrastes, nesta terra das desigualdades sociais, no país da mentira e da malandragem errado está a jornalista por falar a verdade? Errado está este colunista ao pensar que Nicolau Maquiavel é italiano quando é brasileiro? Errado está o pobre, por ter nascido pobre? Errado, enfim, estão todos aqueles que buscam trilhar seus caminhos galgados na verdade?
Nada disso, apague todo o parágrafo acima porque a verdade pode até tardar, mas ela não falha. Quando a verdade chega a mentira some e a verdade cabe em todos os lugares e é para ser exercida, custe o que custar e doa a quem doer. 
A verdade é que nesta Nação onde as autoridades, muitas vezes, negligenciam resultados com intuito de favorecer aquele que possuir maior poder aquisitivo, muita coisa precisa ser mudada.
(Gilson Vasco, escritor)

Fonte:DM.Com

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Crime de Maquiavel

Existem muitas situações de trevas em que, em nome do bem comum, o Príncipe tem de cometer males
Por: JOÃO PEREIRA COUTINHO

Maquiavel: O nome é todo um programa. E "maquiavélico" é adjetivo que dispensa apresentações.
Quando acusamos alguém de maquiavelismo, não precisamos acrescentar mais nada. O sujeito é imoral, hipócrita, mentiroso, potencialmente violento. Uma mistura de Charles Manson com Hannibal Lecter, digamos. Estaremos a ser injustos com o florentino?
Estamos, sim, responde Michael Ignatieff. Ponto prévio: Ignatieff, um excelente filósofo, andou uns tempos perdido (ou será iludido?) na política canadense. Liderou o Partido Liberal. Disputou eleições. Perdeu. Como normalmente acontece com os filósofos que flertam com a política e são desiludidos por ela, regressou agora aos livros.
Em boa hora: na revista "The Atlantic", Ignatieff celebra os 500 anos de "O Príncipe" (escrito em 1513) e oferece uma das mais preciosas explicações para o desconforto que Maquiavel sempre provocou nas gerações posteriores.
Uma empreitada dessas já tinha sido iniciada por Isaiah Berlin no clássico "The Originality of Machiavelli", que Ignatieff obviamente conhece como biógrafo "oficial" de Berlin.
No ensaio, Berlin começava por listar as múltiplas interpretações que foram sendo urdidas sobre a obra e o autor ("um manual para gangsters", disse Leo Strauss; "um humanista angustiado", disse Benedetto Croce; "um homem de gênio", disse Hegel).
E depois, como é usual nos ensaios mais "escolásticos" de Berlin, o próprio acrescentava a sua interpretação a respeito: o que perturba em Maquiavel não é a defesa da dissimulação ou da violência. Ele não foi o primeiro. Não será o último.
O problema é que Maquiavel mostrou a incompatibilidade absoluta entre duas moralidades distintas na conduta de um político: a moralidade pagã e a moralidade cristã.
Eis a "originalidade" de Maquiavel: quem deseja ser um bom cristão, cultivando as virtudes típicas do cristianismo (perdão, benevolência, compaixão etc.), o melhor que tem a fazer é afastar-se da política. Essas virtudes são boas em si mesmas (Maquiavel nunca negou isso, ao contrário do que se imagina). Mas elas são boas na vida privada dos indivíduos, não na defesa da comunidade.
Em política, são as virtudes pagãs (força, disciplina, magnanimidade etc.) que garantem a sobrevivência do Estado.
Ignatieff aceita o essencial dessa explicação. Mas acrescenta um ponto decisivo que está ausente do ensaio de Berlin e que me parece o mais importante: Maquiavel perturba-nos tanto, 500 anos depois, porque existe em nós a intolerável suspeita de que ele pode ter razão.
Vivemos em sociedade. Desfrutamos de um mínimo de ordem. Queremos ser poupados ao crime e à violência de forma a perseguir os nossos interesses ou ambições.
Mas, ao mesmo tempo, recusamos sequer a hipótese de que muitos dos nossos "ganhos civilizacionais" possam ser mantidos por políticos que "sujam as mãos" e não têm insônias com isso.
Cuidado: não falo de políticos que "sujam as mãos" em proveito próprio. Essa hipótese seria intolerável para um patriota como Maquiavel. Falo de qualquer líder, em qualquer democracia, que muitas vezes usa a dissimulação, a mentira ou a brutalidade para que as insônias não nos perturbem a nós.
Ignatieff dá um exemplo, apenas um entre mil: o momento em que Barack Obama invadiu o Paquistão para capturar e matar Bin Laden. O que diriam os Evangelhos dessa operação? E o que dizemos nós, ao saber que o mundo tem um terrorista a menos --o mais temível e procurado deles?
Maquiavel, falando para a Florença do seu tempo, falou também para as Florenças de todos os tempos. E limitou-se a mostrar o "backstage" do nosso teatro cotidiano. No palco, tudo é luz e fantasia. Atrás do palco, existem muitas vezes situações de trevas em que, em nome do bem comum, o Príncipe tem de cometer males inevitáveis.
No fundo, talvez o problema de "O Príncipe" não esteja no texto propriamente dito, mas no efeito que ele teve sobre a imagem virtuosa que gostamos de cultivar sobre nós próprios.
Alguém dizia que os seres humanos nunca suportaram demasiada realidade. O crime de Maquiavel, 500 anos depois, foi ter insultado a nossa vaidade com esse excesso de realidade.

Contribuição: Rodney Eloy

Fonte:FolhadeSaoPaulo

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Maquiavel até hoje influencia, mas nunca foi maquiavélico

“Niccollò Machiavelli morreu ontem, deixando-nos na mais profunda miséria”, escreveram ao papa Leão X os filhos do autor de "O Príncipe", que há 500 anos influencia a torto e a direito
por Mauro Santayana publicado 14/09/2013 14:05, última modificação 14/09/2013 13:15
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Deem uma alavanca a um homem e ele moverá o mundo, dizia Arquimedes. Deem a ele uma caneta, e ele mudará o mundo. Ao longo do tempo, houve homens que escreveram em defesa de seus ideais e suas convicções, outros que o fizeram para que não lhes quebrassem os dedos e outros, ainda, para arrumar um dinheirinho a fim de cuidar de sua sobrevivência e de sua família, alugando sua pena a senhores a quem outros alugavam a espada.
A história, no entanto, não pergunta as motivações de quem escreve um livro ou conta uma estória. Ela absorve os livros, e é mudada por eles. O número de pessoas que já morreram em defesa da Bíblia deve ultrapassar o número de letras do livro mais famoso do mundo, e, embora não se possa medir cientificamente a influência da Odisseia na descoberta da América, sabemos que as aventuras de Ulisses povoaram os corações e mentes de muitos dos marujos portugueses e espanhóis que participaram da Grande Travessia, e que Homero poderia ter cantado suas glórias, ou estado entre seus repórteres e cronistas, como Pero Vaz de Caminha e Luís de Camões.
Este mês o mundo está comemorando 500 anos de um grande livro e os cinco séculos que nos separam da época de um escriba singular, que nem sempre assinaria embaixo do que escreveu e acabou virando adjetivo.
Se você, prezado leitor, já foi chamado de astuto, manipulador, maquiavélico, já sabe mais ou menos de quem estamos falando. Embora o termo maquiavélico lembre o vocábulo “maquiar”, ele vem de Nicolau Maquiavel e de seu livro O Príncipe, que escreveu para Lourenço de Médicis, em uma época em que ter amigos poderosos garantia a sobrevivência de artistas, sábios e escritores, e lhes protegia os dentes e o pescoço.
Não vamos nos deter no próprio livro. O escrito é revolucionário para aqueles tempos e mudou radicalmente a forma de ver e de fazer política nos séculos seguintes, influenciando a torto e a direito, à esquerda e à direita, ditadores e libertários, fascistas e nazistas, estrategistas e publicitários. Todavia, como uma obra de encomenda, não corresponde precisamente às ideias do autor, expressas em outras que poucos conhecem e sobreviveram a O Príncipe, como prédios mais baixos se escondem do olhar de quem chega a uma cidade com um grande edifício a marcar seu horizonte.
Mesmo assim, se toda a Renascença fosse uma galeria, poderíamos dizer que O Príncipe, para a filosofia política, corresponderia a um Davi de Michelangelo – não necessariamente a uma Pietá –, ou a uma Santa Ceia de Da Vinci, ou ao que representou, para a astronomia, o aprimoramento do telescópio por Galileu. O importante a dizer é que Nicolau Maquiavel não era maquiavélico, no sentido que se criou para falar de sua obra ou da filosofia contida em seu livro mais conhecido.
Em O Príncipe, Maquiavel examina a conduta de César Bórgia, duque da Emiglia Romanna, filho natural do papa Alexandre VI.
Nicolau Maquiavel foi chanceler, ou seja, administrador do Estado florentino, durante a maior parte de sua vida e amigo de Giovanni de Médicis, um papa com nome de Leão, que não perdoava ninguém, nem mesmo no sentido bíblico. Tendo caído em desgraça, por ter jogado mal, para sobreviver Maquiavel foi obrigado a cuidar de encargo modesto, o de negociador, em nome de empresários de Florença, com os devedores de Pisa.
Apesar de tudo isso, do convívio com os poderosos e de relativa fama em seu tempo, Maquiavel morreu pobre e sem ter ideia de como seu livro O Príncipe e A Arte da Guerra influenciaria o futuro. “Niccollò Machiavelli morreu ontem, deixando-nos na mais profunda miséria”, escreveram os filhos de Maquiavel ao papa Leão X.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conheça 20 hábitos para atrair boa sorte no dia a dia (Virtú e Fortuna)

Não basta ter boa sorte se a pessoa não consegue segurar as rédeas da própria vida. Entretanto, se desenvolver suas qualidades pessoais, é possível vencer a má sorte. É o que propõe Nicolau Maquiavel com os conceitos de virtù e fortuna, apresentados principalmente na obra “O Príncipe”, no século 16. Fortuna, a deusa da sorte, boa e má, seria incontrolável, segundo acreditavam os gregos e romanos. O filósofo italiano, contudo, apostava que quando desenvolvida a virtù, ou atributos como força de caráter, coragem e perspicácia, o indivíduo controlaria as forças do destino, superaria as adversidades e obteria êxito em suas ações.


Nesse sentido, saber ler o próprio tempo e perceber corretamente a realidade é a principal atitude para atrair a boa sorte, como explica Dulce Magalhães, Ph.D. em Filosofia pela Universidade Columbia (EUA) e autora do livro “O Foco Define a Sorte” (Integrare Editora). Na acepção da palavra, sorte tem diferentes sentidos, como destino, resultado e fortuna. “Ela é fruto de nossas escolhas, nossa forma de ver a vida, das respostas que somos capazes de arquitetar”, define Dulce. Já o contrário de sorte, o azar, quer dizer acaso. Por isso a boa sorte é definida pelo foco e pela escolha, em oposição ao imprevisível. “A questão fundamental para ter um bom resultado é estabelecer um processo decisório com clareza”, diz ela.
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Dulce Magalhães: 'A sorte é fruto de nossas escolhas, nossa forma de ver a vida, das respostas que somos capazes de arquitetar'
“Maquiavel afirmava que se o chefe político tivesse virtù, seria possível para ele prever e vencer a má fortuna”, relembra o professor de filosofia da PUC Antônio Valverde. “O pensar grande, o enxergar longe, é um jeito de afastar o acaso”, completa Valverde.

Esforço e estratégia
Desde criança ouvimos que “a vida é difícil”: dinheiro não dá em árvore, é preciso se esforçar muito para conseguir algo e o que vem fácil vai embora fácil. Pois justamente esta lente de contato nos faz enxergar uma realidade nebulosa. “O paradigma vigente no Brasil é o da escassez”, afirma Dulce. “Estamos habituados ao esforço e não à estratégia. Fazemos mais do mesmo em vez de fazer mais com menos”. Libertar-se deste único modelo, diz ela, é o primeiro passo para ajustar o foco e reconhecer caminhos que nos conduzam diretamente aos nossos propósitos.
Ao definir um caminho aleatoriamente, sem método ou critério, não se tem consciência para onde a vida segue nem de que maneira nosso interior funciona. É fundamental que no processo de interação com o mundo a pessoa se dê conta de qual é o seu papel e o que lhe cabe em cada aspecto da vida. “Só assim poderemos acertar e reproduzir o acerto e, se errarmos, evitar outros erros”.
Sendo a sorte o resultado de qualquer ação, a boa ou a má sorte depende do processo decisório. Por isso, quando se decide tomar uma decisão, é preciso colocá-la em prática. Um exemplo muito comum é aquela pessoa que se dá conta que precisa emagrecer, mas não faz qualquer movimento para perder peso. Não muda a alimentação e continua sedentária. Inevitavelmente ela terá um mau resultado – ou uma má sorte.
Tempo é vida
Impulsionar a boa sorte tem a ver com a estratégia do pensamento. É importante definir o que é prioritário para si, o que traz mais impacto para a sua vida e saber gerenciar o tempo. Há sinônimos que podem clarear o processo: o duo “tempo” e “vida” é um deles. Portanto, pessoas que falam “eu não tenho tempo agora” passam a seguinte mensagem: “Eu não tenho vida para mim agora”.
Dulce dá três dicas essenciais para a melhor gestão do tempo. Primeiro, saiba qual é sua prioridade. “É sem ‘s’, pois não é múltipla. É exatamente o que é preciso fazer agora, o que tem mais impacto e relevância neste instante”, afirma Dulce.
Segundo, aprenda a ter tempo livre. Ao enchermos o dia, transformando-o em um atropelamento constante de tarefas, não permitimos um momento de ócio criativo. “A inovação só vem do ócio criativo e não do trabalho árduo. O ócio é o fomento para a criatividade aparecer”, ela explica.
Em terceiro, coloque o que queremos todos os dias na nossa agenda. Em vez de deixar o lazer só para o fim de semana, é importante ter lazer na vida diariamente, nem que seja por 15 minutos. “Isso garante que todos sejam dias sejam de melhor performance”, ela garante.
Leia também: Como superar a timidez
Com a agenda bem equilibrada, perceba então o que está em ação na sua vida: se é o destino ou o livre-arbítrio. Fazer dar certo tem a ver com o livre-arbítrio, que determina se a porta à sua frente é um beco sem saída ou um novo caminho. Não se pode mudar o destino da porta, está fora de nosso controle, mas sim como passar por ela.
Aprender sobre a sorte que se pode criar é o mote do palestrante motivacional Douglas Miller no livro “A Sorte Como Hábito” (Integrare Editora). Para Miller, pessoas sortudas não esperam as coisas acontecerem; elas têm participação ativa em suas vidas, pois executam ações específicas para conseguir o que querem. Ao longo dos anos, essas ações se tornam hábitos e a boa sorte as acompanha para sempre. Para incorporar tais hábitos no próprio progresso, e impulsionar a boa sorte, o especialista recomenda estes 20 fatores:
1. Saiba o que importa para você: focalize seu tempo e energia nas coisas que são importantes, tanto no trabalho quanto no lazer. 
2. Sinta-se impetuoso e vivo: quando estimulado, você torna-se mais sensível ao que está ao seu redor e vê oportunidades onde os outros não veem
3. Você pode fazer: o sucesso da vida é impulsionado por uma combinação de habilidades e motivação; um alimenta o outro
4. O fracasso é bom: toda derrota não só tem lições a ensinar, como também pode lhe conduzir para um sucesso maior.
5. Conheça a sua capacidade: além do seu atual conjunto de habilidades, medite sobre o que mais você é capaz de fazer; Não perca a curiosidade para buscar novas capacidades.
6. Esteja aberto para o feedback: seja em forma de elogio ou crítica, um retorno é uma dádiva; dedique algum tempo para considerar o feedback e escolher o melhor caminho de ação.
7. Molde sua aprendizagem: não tenha medo de dizer 'Eu não sei'. Ao admitir que desconhece algo, terá curiosidade de ir em busca da resposta e ganhar mais conhecimento.
8. Conserve o frescor: para enxergar seu ambiente de novas maneiras, torne-se um turista do próprio bairro.
9. Transforme o medo em realização: os maiores desafios podem ser superados com uma abordagem passo a passo para você lidar com suas vulnerabilidades.
10. Trabalhe duro: não se trata de suar a camisa. As pessoas de melhor desempenho sabem quando precisam focalizar seus esforços para ter o máximo de resultados.
11. Saiba qual é o seu papel: Tenha clareza sobre o que você acrescenta de positivo ao grupo.
12. Tenha planejamento: defina claramente um objetivo, fixe prazos e estipule os marcos que o levarão a alcançar a meta.
13. Pense sem pensar: reduza a velocidade da sua mente para permitir que seus melhores pensamentos o alcancem.
14. Tenha um horizonte: use os seus sentidos para identificar o que é interessante e motivador para você no futuro.
15. Viva o momento: a espontaneidade é uma parte crucial da vida; rigidez excessiva significa perder oportunidades e diversão.
16. Exerça influência: as pessoas estarão mais dispostas a ser influenciadas por você caso confiem em você e se você tiver credibilidade.
17. Comportamento gera comportamento: desenvolver as habilidades para compreender as pessoas vai capacitá-lo para estabelecer relacionamentos produtivos e felizes
18. Atue em redes interpessoais: seja proativo visando à ampliação de sua rede de contatos; não deixe que seus contatos evaporem.
19. Compartilhe o sucesso: elogios e agradecimentos criam uma atmosfera positiva. Mostre apreciação pelo sucesso dos outros.
20. Identifique oportunidades: alargue o olhar e você verá chances grandiosas; Também crie oportunidades por meio da sua imaginação e dos outros.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Documento inédito revela 'desgraça' de Maquiavel


Maquiavel (Getty)
Um professor da Universidade de Manchester (Grã-Bretanha) anunciou ter descoberto a versão original de uma ordem de prisão do escritor e filósofo Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor do famoso livro O Príncipe.
O professor Stephen Milner explicou à BBC ter encontrado o documento, datado de 1513, durante suas pesquisas para entender como as informações circulavam nas cidades da época.

E a ordem pela prisão de Maquiavel foi dada há exatos 500 anos na cidade de Florença, onde o pensador, então influente e ativo na diplomacia da época, foi acusado de fazer parte de uma suposta conspiração para derrubar a facção Medici do poder.
O aviso de "procurado" colocou-o como "inimigo público número 1", marcou sua "desgraça" e acabou sendo muito importante para a obra de Maquiavel, segundo Milner. No mesmo dia, diz o professor, o pensador acabou sendo detido, torturado e mantido em prisão domiciliar.
"O documento marcou a desgraça de um dos escritores políticos mais influentes do mundo", relata o professor. "O Príncipe foi escrito (no mesmo ano) na vã esperança de (Maquiavel) cair nas graças e obter emprego com os Medici - mas não há nenhuma prova de que eles sequer o tenham lido."

Clássico

Maquiavel morreu 14 anos depois, na pobreza.
Mas O Príncipe se tornou um clássico e até hoje influencia líderes, "pregando o sacrifício da virtude e da moralidade pela manutenção do poder a todos os custos", ressalta a Universidade de Manchester.
"(A obra) foi atualizada para ser aplicada em áreas como bancos, finanças, negócios e política."
Daí vem o termo "maquiavélico".
Para Milner, O Príncipe é um "manual atemporal de auto-apresentação e de gerenciamento de reputação pessoal".

Fonte: BBC

terça-feira, 29 de março de 2011

Curso - MAQUIAVEL E OUTROS MAQUIAVÉLICOS

Maquiavel é o criador da lógica do homem moderno. Ele estudou e reconheceu a importância dos conflitos e da conciliação na sociedade, liberou o pensamento dos limites da moral e propôs uma estratégia do indivíduo ao poder e sua manutenção nele. O curso pretende abordar a vida e as ideias de Maquiavel e outros autores que pensaram a Política como um campo capaz de ser modificado e aperfeiçoado pela ação humana.

Início: 29 ABR
Duração: 4 encontros semanais
Dias/horários: Sextas-Feiras, às 20h (29/04, 06/05, 13/05, 20/05)
Valor: R$ 210,00 na inscrição + 1 parcela de R$ 210,00
Observações: Das 20h às 22h

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Humor e vergonha em família

Há uma vertente cômica que se apoia na evidência, naquilo que todo mundo já sabe, mas gosta de ouvir mais uma vez para sentir-se mais seguro, para compartilhar por meio da representação a certeza de alguma coisa. Foi imenso o esforço do pensamento e da prática científica do século passado para combater as restrições impostas pela civilização à liberdade amorosa e sexual da espécie humana e, embora no plano concreto ainda haja muito por fazer, o enunciado libertário é uma constante no diálogo cotidiano e nos meios de comunicação de massa. Hoje quase não há quem não saiba que afeto e sexualidade se entrelaçam e esse truísmo reconhecido há pouco pela cultura laica ocidental empresta à satisfação do corpo o revestimento digno da felicidade corporal.
Leonardo Soares/AE
Leonardo Soares/AE
Afeto e sexualidade. Peça do canadense Galluccio põe foco em família tradicional de origem italiana cujo filho se revela gay
A singela alegria de brincar com a liberdade relativamente nova e rememorar os percalços da repressão ainda vividos e doloridos na memória formam o lado mais simpático de Mambo Italiano, peça do autor canadense Steve Galluccio. Um adulto de ascendência italiana que resolve comunicar aos velhos pais a homossexualidade e a união estável com um rapaz da vizinhança e da mesma origem étnica é o ponto de partida para explorar o conservadorismo das organizações familiares tradicionais. Vergonha e escândalo nas famílias, agitação e apaziguamento resignado ao final são os componentes usuais dessa vertente cômica.
É também uma característica da comédia que deseja ser popular não enfiar a mão em cumbuca. Se o enunciado da liberdade sexual é garantia de alguns direitos no plano institucional, o meio de cultura das interdições e de tabus quase invencíveis é a família patriarcal - seja ela de origem latina ou anglo- saxônica. Esta, sim, fincada na propriedade, é aliada natural do pensamento conservador porque depende da transmissão de valores para ampliar e, pelo menos no plano ideal, perpetuar as posses. É, enfim, a família a mais temível adversária dos comportamentos amorosos e sexuais divergentes e a comédia clássica, desde Maquiavel, reconhece essa potência e analisa-a criticamente.
Sobre o tema família, contudo, a peça de Galluccio resvala com a leveza calculada por autores despretensiosos. Os pais de origem italiana da peça são escandalosos a ponto de propiciar uma máscara cômica convencional, mas estão legitimados pelo afeto igualmente escandaloso que dedicam aos seus rebentos. Em um passado remoto, para a própria geração foram efetivamente inclementes com seus preconceitos e exagerados no autoritarismo protetor, mas, no contexto da trama, são capazes de virar a mesa.
Além de aceitar a homossexualidade do filho, incluem na crise renovadora o reconhecimento dos erros do passado. Enfim, as boas intenções superam no presente os preconceitos e o hábito de imobilizar os rebentos adultos com a excessiva proteção do lar paterno.
Não há no texto matéria densa suficiente para alimentar pretensões criativas e o espetáculo dirigido por Clarisse Abujamra trata com simplicidade e clareza a articulação das cenas dispostas em espaços simultâneos e situadas em tempos diferentes. Mesmo fora de cena, os intérpretes continuam visíveis e esse recurso do teatro narrativo é, neste caso, um modo agradável de eliminar as falsas saídas em uma comédia que não tem a intenção de ser realista.
Exuberância. As personagens igualmente simples nas motivações e na expressão dialógica também não são um grande desafio para os intérpretes e o bom elenco reunido para o espetáculo toma um certo cuidado para não ultrapassar a modesta estatura das personagens e situações. Apenas a primeira cena tem um volume maior do que o necessário para indicar a exuberância dos recursos vocais dos italianos, imitando talvez a intensidade das aberturas operísticas. Logo em seguida, o espetáculo abaixa o tom e segue a trilhazinha segura desse tipo de teatro cujo objetivo, parece, não é apenas divertir, mas reafirmar com certo otimismo a solidez de uma nova moral sexual.
Ariano Suassuna tem o hábito de protestar publicamente e de modo quase furioso contra a emulação fantasiosa ou incompetente do sotaque nordestino. Não só isso. Como nativo da Paraíba e morador de Recife, revolta-se contra as deturpações da sonoridade, da sintaxe e do vocabulário do "dialeto" nordestino. Pois nós, paulistanos, versados no cantarolar que se espraia da zona leste da cidade, deveríamos reivindicar esse patrimônio imaterial e denunciar a ilegitimidade das contrafações inspiradas, ao que parece, no modo como os atores do cinema norte-americano representam mafiosos.

Fonte:estadao

domingo, 9 de janeiro de 2011

Fique de olho nos 5 assuntos mais cobrados de História

O conteúdo de História é extenso, mas é possível filtrar para decidir o que merece uma última olhada antes do vestibular. Os professores Jucenir da Silva Rocha e Gilberto Marone, do Sistema Anglo de Ensino, tomaram como referencial os vestibulares mais concorridose identificaram os temas de cada período histórico que mais povoam as provas. Fique atento para os seguintes conteúdos:

História do Brasil
Os vestibulares têm dando-se ênfase às economias do açúcar e do ouro, no período colonial, e ao processo de independência política.
A expansão do café também é conteúdo certo, pois é algo importante para São Paulo e também um tema quase obrigatório na caracterização do período monárquico. Tem-se ainda centrado atenção na primeira metade do século XX, fases da República Velha e da Era Vargas, para a avaliação sobre a República brasileira.

Idade Antiga
Atenção para a história da Grécia e de Roma, especialmente a democracia ateniense e a formação e decadência do Império romano.

Idade Média
Normalmente o que mais se aborda é o islamismo, a configuração do feudalismo e a sua cultura; da Baixa Idade Média, as transformações que deram origem ao renascimento comercial e urbano e a formação do Estado Nacional.

Idade Moderna
Destaque para o Renascimento e a Reforma Religiosa, a Revolução Comercial e o Estado Monárquico Absolutista. Deste período, deve-se ter conhecimento, não só dessa sucessão de episódios, mas principalmente dos fundamentos que os justificavam. Assim por exemplo:
Martinho Lutero, João Calvino para a Reforma Religiosa; Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet para o Absolutismo. Ainda, no final da Idade Moderna, inspiradas no pensamento Iluminista, eclodem as revoluções liberais. Da mesma forma, deve-se observar aos fundamentos propostos por John Locke, Montesquieu, Rousseau, Voltaire e pelos fisiocratas, como também a relevante Independência dos Estados Unidos.

Idade Contemporânea
Este é o período com mais volume de conteúdo. Mas a Revolução Francesa é quase regra nos vestibulares. Portanto, atenção para as suas causas e as suas fases, especialmente o conflito entre jacobinos e girondinos na Convenção Nacional; o Terror de Robespierre e a fase derradeira com o golpe 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. Do século XIX, a nova ordem política européia após a queda de Napoleão com o Congresso de Viena; as Revoluções liberais e nacionalistas, a Comuna de Paris, as independências na América Latina e o Imperialismo.
Deste período, observe a importância do liberalismo de Adam Smith e o socialismo, especialmente de Karl Marx. Da primeira metade do século XX: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa de 1917 e a Crise de 1929 nos Estados Unidos. Deste período, observe a falência da democracia liberal e o surgimento dos Estados Totalitaristas (fascista, nazista) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Da segunda metade do século XX: a Guerra Fria, especialmente as tensões internacionais dos anos 50 e 60 (Guerra da Coreia, Revolução Cubana e Guerra do Vietnã); a Nova Ordem fundada na globalização com a desagregação do Império Soviético, como também, o neoliberalismo, as nações emergentes, o fundamentalismo islâmico e os seus reflexos internacionais, o desempenho do FMI, da ONU e da OMC e a atuação dos EUA.

Fonte:Terra

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um convite para estudar Maquiavel

Em meio ao momento político que vivemos no Brasil, venho aqui propor um convite à sociedade brasileira. Como cidadão, realmente bate um sentimento de indignação e impotência ao observar os elevados números percentuais que os Deputados Federais (61,83%), os Deputados Estaduais do RS (73%), entre outros, aumentaram em seus salários. Em meio a este turbilhão, eu diria que cabe a nós estudar! Muitos vão contestar achando que estou de brincadeira, mas não! Não digo aquele estudo que vivenciamos na escola, fechadinho, com conteúdos lineares, presos a carga-horária e que, muitas vezes, não tem alguma relação vital. Falo do estudo pela necessidade que este apresenta em nossa vida; no caso, essa necessidade se manifesta na indignação com a atual situação governamental. E aqui, entro no seguinte tema: Política.

Esse assunto já vem sendo debatido há muito tempo. Desde o século V a. C. filósofos já discutiam esta questão. Ao longo da história, muitos teorizaram sobre este tema, a saber: Platão (“A República”), Aristóteles (“Política”), Hobbes (“Leviatã”), Rousseau (“Do Contrato Social”), Rawls (“Uma Teoria da Justiça”) entre outros. Mas o que eu quero convidar os leitores a estudar é o filósofo que tem sua teoria conhecida como “Realismo Político” e que acredito que pode muito nos ajudar a compreender o que está acontecendo com nossa sociedade. O autor é Nicolau Maquiavel. Sua obra chama-se “O Príncipe” (publicada, aproximadamente, em 1531).

Nesse livro, Maquiavel busca descrever como funciona a política, tomando por base os acontecimentos históricos. Segundo o autor, a organização do Estado é algo meramente técnico e desvinculado do campo da moral. O governante (no caso da obra, ele se refere ao “príncipe”) deve ser uma pessoa parcial, capaz de agir de “qualquer forma” para atingir seus objetivos; inclusive, se for o caso, ele deve apelar para Deus, a fim de convencer e conquistar o povo.

Maquiavel também trabalha com dois conceitos importantes: o de “fortuna” e o de “virtú”. “Fortuna” significa tudo aquilo que não depende do ser humano para acontecer (podemos, aqui, chamar de acaso, imprevisto). “Virtú” significa o conjunto de qualidades que permite ao sujeito aliar-se a “fortuna” e obter êxito naquilo que objetiva. É a capacidade em que o sujeito tem de fazer o necessário para chegar ao fim almejado, mesmo que de forma “imoral”.

Cabe salientar que Maquiavel vai muito além desse resumo que escrevi. Isso é uma breve provocação ao leitor, para que cada um possa se sentir instigado a lê-lo. Sei que ao ler Maquiavel, as pessoas de bom coração sentirão uma certa repulsa, talvez até questionando sobre o porque dele escrever dessa forma. Em sua época, Maquiavel teve interesses pessoais para publicar tal escrito; mas acredito que sua produção foi muito além desses interesses. Maquiavel conseguiu ler sabiamente a história dos seres humanos e, com isto, oferece-nos em excelente material teórico para compreender, em grande parte, o que ocorre na nossa sociedade atual em pleno século 21.

Desta forma, concluo este artigo convidando as pessoas a ler “O Príncipe”, a fim de que tirem suas próprias conclusões. Vocês perceberão que a Filosofia não é algo tão chato, como, muitas vezes, parece ser na escola, e poderão refletir; e quem sabe, um dia, serem os sujeitos que escreverão a história de uma maneira diferente da que Maquiavel traçou no século 16 e que ainda vige em nosso País.



*Licenciado em Pedagogia (Furg) e Filosofia (UFPel)