As revelações do 'site' Wikileaks sugerem que o “feiticeiro ficou preso à sua descoberta” e a necessidade de “novas formas de segurança” para as comunicações dos Estados, disse em entrevista à Lusa José Medeiros Ferreira.
“Foi o feiticeiro que ficou preso à sua descoberta. Os Estados vão ter que encontrar novas formas de segurança para as suas comunicações, por levianamente terem despejado tudo num ciberespaço com crianças que descobriram o brinquedo”, afirmou o professor universitário, 68 anos, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros (1976-1978) e especialista em assuntos internacionais.
O impacto dos telegramas diplomáticos divulgados pelo 'site' de Julian Assange, que se encontra detido em Londres, são comparados pelo antigo chefe da diplomacia portuguesa ao efeito que produziu a edição de “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel na Europa do início do século XVI.
“Quando ‘O Príncipe’ foi editado muita gente ficou a saber como pensavam os decisores políticos. Agora, ou mudam o pensamento político ou mudam o sistema de comunicações. Mas do ponto de vista dos costumes diplomáticos acho que as coisas vão continuar mais ou menos como estão. Os meios de comunicação é que vão ser outros”, assevera.
Para Medeiros Ferreira, “também se condenou Maquiavel por ter dito quais eram as regras que os príncipes utilizavam na forma de fazer política… Agora vai condenar-se e depois vão modificar-se algumas coisas, a principal das quais será o sistema de comunicação interna das embaixadas e dos governos”.
“Foi o feiticeiro que ficou preso à sua descoberta. Os Estados vão ter que encontrar novas formas de segurança para as suas comunicações, por levianamente terem despejado tudo num ciberespaço com crianças que descobriram o brinquedo”, afirmou o professor universitário, 68 anos, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros (1976-1978) e especialista em assuntos internacionais.
O impacto dos telegramas diplomáticos divulgados pelo 'site' de Julian Assange, que se encontra detido em Londres, são comparados pelo antigo chefe da diplomacia portuguesa ao efeito que produziu a edição de “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel na Europa do início do século XVI.
“Quando ‘O Príncipe’ foi editado muita gente ficou a saber como pensavam os decisores políticos. Agora, ou mudam o pensamento político ou mudam o sistema de comunicações. Mas do ponto de vista dos costumes diplomáticos acho que as coisas vão continuar mais ou menos como estão. Os meios de comunicação é que vão ser outros”, assevera.
Para Medeiros Ferreira, “também se condenou Maquiavel por ter dito quais eram as regras que os príncipes utilizavam na forma de fazer política… Agora vai condenar-se e depois vão modificar-se algumas coisas, a principal das quais será o sistema de comunicação interna das embaixadas e dos governos”.
“Será sobretudo alterada a maneira de comunicar, de informar os respetivos governos. Acho que acabou a lua-de-mel da comunicação através da Internet, que em termos públicos tem cerca de 30 anos. Isto é por ciclos, e agora os Estados têm de arranjar outras formas de comunicação, a velha cifra, descobertas antigas…”.
Apesar de as comunicações “via ciberespaço” terem deixado de ser “fiáveis” para os Estados, Medeiros Ferreira considera que as questões colocadas pelo Wikileaks terão prevenido uma eventual “guerra cibernáutica em que todos os Estados ficassem cegos, sem acesso à Internet”, antes de colocar uma hipótese: “Sabe-se lá se não voltaremos a ter o Diário da República impresso'.
Ao referir-se à polémica em torno dos “voos secretos da CIA”, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros não se mostra particularmente surpreendido.
“Disse no meu blog [Córtex Frontal] que sobre as questões dos voos, de Guantanamo, acabaria por se saber tudo através da documentação dos Estados Unidos. Estava longe de imaginar que fosse por este processo, mas mais cedo ou mais tarde vai saber-se quase tudo sobre os voos de Guantanamo, é sempre uma questão de tempo”.
Numa referência aos casos divulgados pelos documentos diplomáticos publicados e que envolvem Portugal, Medeiros Ferreira sustenta serem “coisas que já se sabiam, ou que se deduzia. Sinceramente, ilustra aquilo que no fundo se presumia que pudesse acontecer”.
Apesar de as comunicações “via ciberespaço” terem deixado de ser “fiáveis” para os Estados, Medeiros Ferreira considera que as questões colocadas pelo Wikileaks terão prevenido uma eventual “guerra cibernáutica em que todos os Estados ficassem cegos, sem acesso à Internet”, antes de colocar uma hipótese: “Sabe-se lá se não voltaremos a ter o Diário da República impresso'.
Ao referir-se à polémica em torno dos “voos secretos da CIA”, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros não se mostra particularmente surpreendido.
“Disse no meu blog [Córtex Frontal] que sobre as questões dos voos, de Guantanamo, acabaria por se saber tudo através da documentação dos Estados Unidos. Estava longe de imaginar que fosse por este processo, mas mais cedo ou mais tarde vai saber-se quase tudo sobre os voos de Guantanamo, é sempre uma questão de tempo”.
Numa referência aos casos divulgados pelos documentos diplomáticos publicados e que envolvem Portugal, Medeiros Ferreira sustenta serem “coisas que já se sabiam, ou que se deduzia. Sinceramente, ilustra aquilo que no fundo se presumia que pudesse acontecer”.
Fonte:correiodominho
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