quarta-feira, 30 de junho de 2010

Canções Heróicas hoje na ESAD

A interpretação de “Canções Heróicas” de Fernando Lopes-Graça pode ser vista hoje, 25 de Junho, às 18h30 e às 21h30, na ESAD, num versão Cénico-Musical. Sob a direcção de José Eduardo Rocha, este é um exercício de encenação do 2º ano de Teatro e também do mesmo ano de Som e Imagem. A lotação é limitada e as reservas pode ser feitas através do tel. 967664664.
Nos dias 1, 2 e 3 de Julho pelas 22h00, será representada a peça Mandrágora, de Nicolau Maquiavel. Trata-se de um exercício de representação do 1º ano do curso de Teatro. A direcção é dos professores Miguel Borges e João Garcia Miguel.
Nos dias 6 e 7 de Julho, estudantes finalistas do curso vão participar no festival Set – Semana das Escolas de Teatro, no ESMAE, no Porto.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os animais comem o que matam

A Telefónica parqueou 8% da PT em dois aliados. Era este o título com que o espanhol "El Economista" ontem citava a informação do Negócios, deixando claro do que se trata: os "cavaleiros brancos" estão na arena. Uma jogada baixa da Telefónica? Ou magistral?

A Telefónica parqueou 8% da PT em dois aliados. Era este o título com que o espanhol "El Economista" ontem citava a informação do Negócios, deixando claro do que se trata: os "cavaleiros brancos" estão na arena. Uma jogada baixa da Telefónica? Ou magistral?

Com água suja se está a pôr tudo em pratos limpos. Os espanhóis acusam o presidente da assembleia-geral de estar feito com o núcleo duro da PT, rejeitando-lhes as propostas de dividendos (o diário "Expansión" chamou Menezes Cordeiro de "árbitro caseiro"). Os portugueses acusam a Telefónica de fazer de conta que vende as acções que não pode usar a quem votará como ela mandar.

A PT e a Telefónica nunca se encontraram sem pistola no coldre. Assim viveram treze anos, nove dos quais fazendo negócios impossivelmente paritários no Brasil. A uma semana da assembleia--geral onde os accionistas vão decidir o que fazer à Vivo, a guerra é total. Os soldados já atiraram morteiros, já saíram das trincheiras, já partiram as baionetas e já estão aos murros no corpo a corpo.

É guerra. E na guerra só há vencedores e vencidos, não há justos e injustos. Os livros de História nunca têm asteriscos que falem de ética. Como friamente diz Nicolau Maquiavel, os fins justificam os meios.

Já vamos à ética. Analisemos primeiro o dia de ontem: ninguém estava à espera desta. Supunha-se que a Telefónica não poderia usar as suas acções na assembleia-geral da PT, donde a votação seria decidida pela maioria dos votos presentes, excluindo os da Telefónica. Ao vender à sua assessora UBS e ao "hedge fund" TPG, essas acções entram na votação.

É a terceira punhalada pelas costas da Telefónica neste processo: primeiro, quando entrou pela via hostil sem tentar primeiro a via amigável com um parceiro (Granadeiro deixou claro ao "Público" que não houve aproximação prévia); depois, quando ameaçou secar dividendos na Vivo; agora, usando "cavaleiros brancos". A Telefónica aprendeu a lição da bandidagem: quando perdeu a GVT para a Vivendi, acusou os franceses das maiores perfídias. Debalde. Agora, contratou-lhes os assessores que mal fizeram.

Vale tudo, até arrancar olhos. Ser defensor dos mercados não é aceitá-los amorais. Mas é perceber que a ética é um chavão. Por exemplo: se a Telefónica subir a sua oferta pela Vivo, terá então utilizado informação privilegiada na venda de ontem? A ética republicana é a lei, diz-se. Mas até na guerra há crimes. O tribunal de Haia é, neste caso, a CMVM primeiro e o presidente da assembleia--geral depois. Eles decidirão se o que a Telefónica fez é legal. Se o recurso a cavaleiros brancos é uma fraude à lei. Ou se as regras do jogo são estas. Nesse caso, a balança pendeu para a venda.

A batalha terá lugar dia 30. Aos accionistas que não querem vender, resta esperar que o "quorum" seja baixo, para que os seus soldados não sejam menos que os dos outros. Os que esfregavam as mãos à espera de um aumento da oferta vão ter de inventar qualquer coisa. Limpa ou suja.

Ética? Bah! Como os gestores costumam dizer, o que interessa é execução. E a Telefónica está a executar - vede bem a execução da PT no pelotão dos mercados onde sempre prosperou.



Fonte:Jornaldenegocios

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dunga, o maquiavélico


Isolado com os fiéis jogadores que escolheu,
o técnico brasileiro mostra que muitas de suas ações
são inspiradas nos ensinamentos de O Príncipe


O mestre e o zangado
Nos quatro anos em que morou em Florença, Dunga apaixonou-se pela cidade de Dante, Da Vinci e, como faz questão de acrescentar, de Maquiavel (à esq.), o filósofo que ensinava a conquistar e manter o poder. Ele passou a admirá-lo


Em uma noite fria do mês passado, no bar de um elegante hotel da região dos Jardins, em São Paulo, o técnico Dunga, enquanto bebia uma taça de cabernet sauvignon chileno e beliscava porções de queijo camembert, fez uma revelação que ajuda a entender sua postura à frente da seleção brasileira. Quase quatro anos atrás, ele assumiu o cargo que já foi ocupado por personagens tão diversos como o intransigente cultor do futebol-arte Telê Santana, o supersticioso Zagallo e o carismático Felipão, entre os treze treinadores que comandaram os canarinhos em dezoito Copas do Mundo. Não se parece em nada com nenhum deles. O gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri, nascido em 1963 no Dia das Bruxas, tem sido, aos olhos de muitos torcedores e da imensa maioria dos jornalistas esportivos, uma figura antipática, arrogante e teimosa. Dá raras entrevistas, não gosta da mídia em geral, despreza seus críticos, não cede ao clamor popular, não abre mão das próprias convicções e só pensa naquilo: ganhar. É um objetivo que, para ele, não passa pelo jogo bonito, pela ousadia criativa, pelo encanto do drible, pelo espetáculo, enfim, por nenhuma das fascinantes características que construíram a magia e a saga do futebol do Brasil. "Vivem fazendo comparações com a seleção de 1982, que jogava bonito", ele recordou. "Mas qual foi sua grande atuação, além de vitórias contra Escócia e Nova Zelândia, mais uma virada difícil diante da União Soviética, antes da derrota para a Itália? Só nos 3 a 1 com a Argentina. E quem foi nosso grande jogador naquele dia, hein?" Ele tomou um gole antes de citar com prazer o volante Batista, cujo estilo lembrava o seu.

Goste-se ou não, as opções de Dunga até agora estão dando certo. Nos 55 jogos em que ficou no banco da seleção, grande parte do tempo em pé, com seu cabelo espetado e suas camisas de cores que cobrem o espectro do arco-íris, venceu 71% deles e em 56% a equipe não tomou gol. É um desempenho e tanto. Para trilhar o caminho da vitória, ele acredita em outros fatores. Disciplina, muito trabalho, a entrega, a lealdade e a obediência tática de seus comandados – e sobretudo foco, foco absoluto no que pretende alcançar, a ponto de isolar os jogadores do país e do mundo, proibindo-os de abrir a boca fora das desinteressantes entrevistas coletivas, de tuitar ou de escrever blogs, enquanto ele mesmo declarou que durante o período da Copa não pretende sequer ficar ligando para a mulher, pois não foi à África do Sul para isso.

Mudemos por completo de cenário, com o convite para que o leitor se transporte para Florença, na Itália. Ele viveu lá entre 1988 e 1992, período em que jogou na equipe da Fiorentina. Ficou apaixonado por esse monumento da Renascença, da arte, da cultura, da ciência, a cidade dos maravilhosos quadros de Botticelli expostos na Galleria degli Uffizi, do inebriante pôr do sol no Rio Arno, de Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Galileu, a família Médici... "E de Maquiavel", acrescentou de bate-pronto, citando o filósofo e político italiano (1469-1527) que escreveu O Príncipe, uma obra-prima sobre a natureza do poder. "Em Florença eu aprendi a língua, vi os melhores museus, inclusive nos horários em que estavam fechados para o público, pois os diretores do clube me conseguiam esse privilégio, e descobri quem era Maquiavel", explicou.

Na passagem mais famosa da obra, Maquiavel coloca uma eterna questão: para o príncipe, é melhor ser amado ou ser temido? Conclui que o melhor é ser as duas coisas, mas, na impossibilidade, deve-se escolher a segunda opção. Para conservar o mando, ele será obrigado a agir com sutileza e mesmo com astúcia e crueldade. Em outro ensinamento clássico, Maquiavel mostra como selecionar uma equipe, ou melhor, ministros e auxiliares. "Quando vires o ministro pensar mais em si do que em ti, e que em todas as ações procura o seu interesse próprio, podes concluir que este jamais será um bom ministro e nele nunca poderás confiar." Dunga pensa e age assim. Tornou-se temido, sabe ser mau quando julga necessário e fez um pacto com os jogadores em quem confia, o que o levou, por exemplo, a convocar o terceiro goleiro Doni e a escalar o volante Felipe Melo, duas de suas mais contestadas escolhas. É essa então a sua fonte de inspiração? O treinador esboça um sorriso e não responde diretamente. "Não tenho muita instrução", admite. "Estudei apenas até o 2º grau. Mas sou inteligente, tenho experiência e aprendi."

Colaboração:Rodney Eloy

Fonte:Veja

terça-feira, 1 de junho de 2010

O deputado estadual Antonio Albuquerque cita Maquiavel

O deputado estadual Antonio Albuquerque (PTdoB) foi a atração do programa de entrevistas do jornalista Plínio Lins na noite desta terça-feira, 25, e não poupou críticas aos seus desafetos. Albuquerque negou que seja um homem violento e citou até o escritor italiano Nicolau Maquiavel, autor de O Príncipe, ao dizer que “prefere ser amado a ser temido”.

"Se não fosse pelo amor gigantesco que os meus amigos têm por mim, essas operações teriam me destruído", avaliou o deputado.

Descontraído e acompanhado de alguns amigos-correligionários, Antonio Albuquerque - que presidiu a Assembleia Legislativa durante a deflagração da Operação Taturana pela Polícia Federal, em dezembro de 2007, e foi afastado por 15 meses do mandato por determinação do então desembargador Antonio Sapucaia – não poupou críticas ao delegado aposentado José Pinto de Luna, então superintendente da PF em Alagoas e ao próprio Sapucaia.

Segundo Albuquerque, ao afastar os deputados acusados de desviar mais de R$ 280 milhões da folha de pessoal da ALE, o desembargador teria tomado uma “decisão teatrológica para os holofotes da mídia”. O deputado disse ainda que tem certeza que “não será acusado de absolutamente nada”.

Albuquerque ainda atacou a gestão de Sapucaia à frente do Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL). Segundo Albuquerque, ele teria oferecido ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para ‘comprar’ uma CNH sem que o candidato sequer fosse ao órgão, questionando a moralidade imposta pelo desembargador aposentado durante sua gestão. “Eu ofereci ao governador, quer que mande comprar amanhã?”, disse Albuquerque.

Quanto a José Pinto de Luna, que se aposentou da Polícia Federal e atualmente é pré-candidato ao Senado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Antonio Albuquerque afirmou que todas as “alegações e bravatas de Luna tinham finalidade política”. Albuquerque disse, ainda, que foi ofendido diversas vezes pelo delegado aposentado, mas que não “acredita em valentia de microfone”.

Questionado como se sentiu quando foi preso – durante a Operação Ressugere da Polícia Civil, que o acusou de participação em crime de homicídio – Antonio Albuquerque declarou que se sentiu como qualquer “homem de bem quando ele é injustiçado”. “Eu fui um preso político em Alagoas. Precisavam de uma foto do Antonio Albuquerque preso. Fiquei fora do mandato por 15 meses, enquanto o Cícero Almeida (PP) e o Teotonio Vilela foram indiciados e denunciados respectivamente e a mídia não fala nada”, finalizou.