Guerra, liderança, empresas, mercado concorrido, executivos cada vez mais preparados para qualquer desafio, espionagem, compra de informações, chantagem, corrupção, compromisso, trabalho. Varias destas ações são corriqueiras no meio administrativo. Tudo tem dois lados, pontos de vista, meios de se chegar lá. Não diferente de uma guerra prestes a estourar, administrar grandes patrimônios se faz cada vez mais difícil. Executivos de hoje são como os príncipes da Idade Média aconselhados por Nicolau Maquiavel. Estão cada vez mais visados, cada vez com mais campos de trabalho e a cada dia se abrem novas áreas pra se administrar.
Analisando com um olhar administrativo, concluiu-se que Maquiavel olhava a política de com um olhar de administrador. Isso na Idade Média, onde sequer havia uma teoria para o conceito de administrar. Com um incrível poder de observação Nicolau formulou uma maneira atemporal de administrar tanto impérios como indústrias, empresas, lojas e até lares.
Para tudo se tem um jeito de administrar. Enquanto usamos o termo “maquiavélico” para uma ação ou um plano maléfico, analisando a fundo podemos mudar essa ideia. “Maquiavélico” pode ser usado no meio administrativo como um conceito da boa arte de administrar.
Confrontando os conselhos de Nicolau aos seus lideres compreendemos melhor como suas ideias eram atemporais.
As cinco funções do administrador x Conselhos maquiavélicos.
Um administrador eficiente e eficaz que atinge a excelência tem cinco funções: planejar, organizar, dirigir, gerar e controlar.
Planejar.
Sem planejamento não há concretização. Só se mantém no poder quem sabe planejar seu ataque. Do contrário conquistará poder mas não saberá se manter nele por muito tempo visto que não sabe o próximo passo.
Procederá, assim agindo, como um prudente arqueiro, que, sabedor da distância que a qualidade de seu arco permite-lhe atingir, e, reconhecendo como demasiado longínquo o alvo escolhido, fixa a pontaria num ponto muito mais alto que o estipulado, esperando, não que a sua flecha alcance uma tamanha altura, mas poder, ajudado pela mira mais alta, atingir o ponto visado.
(O Príncipe, pag. 24)
Organizar.
Como se encontrar em meio um lugar sem começo nem fim? Não há quem possa exercer qualquer comando executivo em um lugar sem organização. Administrativamente temos como conceito de organização o agrupamento de tarefas
em equipes ou departamentos e alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos. A organização, portanto, é o processo de engajar as pessoas em um trabalho conjunto de uma maneira estruturada para alcançar objetivos comuns.
Não é algo de pouca importância para um príncipe [executivo] a escolha de seus ministros... O primeiro juízo que, por conjectura, formamos das faculdades intelectuais de um soberano ampara-se no conceito que fazemos dos homens que ele tem em torno de si.
(O Príncipe, pag., 112)
Dirigir.
O objetivo que falamos no processo de organização é o foco do processo de direção. Encaminhar a organização empresarial para um foco é uma qualidade nata de um líder. Maquiavel, agia, com seus conselhos, exatamente nesta área. Fazia a concepção de todo o processo, mas, como um pensador da arte de liderar, olhava sempre pra onde queria chegar.
Direção é o centro de todo um processo que quer culminar na excelência de uma caminhada até as conquistas. Requer a união da eficácia com a eficiência. Requer excelência para atingir objetivos.
Gerar.
Das funções esta é a que menos cabe ao administrador. Neste ponto de ação a geração de recursos só vai se concretizar se todos os passos anteriores forem bem colocados. Neste ponto vemos uma parte das qualidades do administrador, é aqui que veremos se foram bem plantadas as sementes nos processos anteriores.
Nicolau baseasse em experiências de grandes homens para dar seus conselhos muito bem observados. Os reinados da época não exigiam de um príncipe um dom de gerar recursos como exige hoje de um administrador. Mas exigia que seus governantes gerassem outras coisas que não recursos monetários que eram extorquidos da população com os impostos, exigiam a geração da segurança para o povo e da paz através da diplomacia.
Controlar.
Ai está uma qualidade rara nos executivos contemporâneos, mas um adjetivo nato para os príncipes.em comparação, executivos controlam através de seu modo de liderança. Os príncipes controlavam através de seus exércitos. Muitos souberam ser mais inteligentes e controlar com seu carisma ou bondade.
Controle é a função administrativa relacionada com a monitoração das atividades a fim de manter a organização no caminho adequado.
Maquiavel e a liderança.
Não há conselhos “maquiavélicos” que possam dar certo sem o espírito de liderança. Príncipe ou CEO precisam saber fazer com que todos confiem neles e trilhem o caminho que foi indicado.
Maquiavel demonstra em toda sua obra um amplo mapa de caminhos a serem tomados, estratégias para ganhar poder nas entrelinhas do bem ou do mal. Mas nada seria possível sem ter no Nobre a saliência nata de liderança.
Conclusão.
A partir desta análise é possível afirmar que os trâmites administrativos, devido aos seus inúmeros pontos de vista torna qualquer empresário ou estudante d administração cada vez mais atraído. É quase que uma certeza de que esta experiência de aprofundamento num tema ora polêmico, ora instigante, fará cada vez mais buscar o conhecimento e o aprofundamento de outros diversos assuntos referentes a esta obra tão magnífica de intelecto indiscutível.
É gratificante poder passar um período conversando com uma das mentes mais curiosas e inteligentes já conhecidas. Os pensamentos de Nicolau Maquiavel não devem ser vistos como meros conselhos políticos, devem estar presente na vida cotidiana como uma seta para indicar que observando os acertos e erros do passado podemos conquistar reinos e sonhos, e ter na vida uma lição sempre presente de que as conquistas começam pelo espírito a partir do momento que se quer conquistar. O resto é observação e persistência.
Ainda é possível afirmar que esta obra não será encerrada aqui. É apenas uma exposição de uma margem de estudos amplamente rica.
Fonte:Administradores