terça-feira, 4 de novembro de 2014

Uma eleição do óbvio

Pouco me surpreendeu o resultado da eleição presidencial do último domingo dia 26 de outubro de 2014. Para tanto, basta fazer uma análise dos candidatos, debates e eleitores. Os comentários desairosos ou mesmo preconceituosos serviram como um estopim para espantar alguns eleitores indecisos, que pouco estavam preparados para entender e aceitar tais vereditos. Abordagens em tons homofóbicos e caluniosos feitos desnecessariamente foram a gota d’água para rotular a mediocridade de tais candidatos.
“Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios.” Nicolau Maquiavel.
Outro aspecto interessante foram os debates permeados sobre questões neossocialistas, extremamente bem tecidos por Luciana Genro, apesar do seu vocabulário enriquecedor; porem complexo para brasileiros com pouco discernimento para entendê-los. Faltaram-lhes as lições de Nicolau Maquiavel: “eu creio que um dos princípios essenciais da sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou insultos.”
Com tantos atropelos, propostas obscuras ou falta delas, seria óbvio terminar da forma mais convencional possível; mais uma vez, esquerda e direita para o delírio de fanáticos e oportunistas. Por fim, como toda festa deixa um lixo, esta não seria diferente. Restaram ofensas, comentários desnecessários que feriram a integridade dos brasileiros. Artistas, colunistas e até celebridades postando em redes sociais sua ira contra o próximo. As ofensas aos nordestinos e a classe menos favorecida financeiramente tornaram-se feridas incuráveis produzidas pela tolice humana. Que a próxima eleição sejamos mais sensíveis, pois não basta dizer: “cumpri meu exercício de cidadão, mas esqueci de não ferir um ser humano.”
(Aguinaldo Sabino Alves,poeta e escritor)
http://www.dm.com.br/texto/196161-uma-eleicao-do-obvio