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Mas ele - ao contrário do que equivocadamente se difunde - não pretendia criar um manual da tirania perfeita.Maquiavel procurava promover uma ordem política inteiramente nova, em que os mais hábeis utilizassem a religião para governar, isto é, para arrancar o homem à sua maldade natural e torná-lo bom.Originário de uma família decadente, mas antiga, teve educação formal e contato com os clássicos ainda na adolescência.
Começou uma carreira no governo da República de Florença com a queda de Girolamo Savonarolla. Exerceu cargos governamentais e desenvolveu missões diplomáticas na França, na Santa Sé e na Alemanha. Sua atividade política e diplomática foi, certamente, a base de seu pensamento.Casou com Marietta di Luigi Corsini, com quem teve quatro filhos e duas filhas. O fim da república, com a volta ao poder da família Médici, levou-o a um exílio de oito anos, durante os quais escreveu a maior parte de sua obra, da qual se destaca "O Príncipe", de 1513 (embora só publicado em 1532).
Conseguiu retornar à Florença e entender-se com Lourenço de Médici, ao qual dedicou "O Príncipe", e se tornou, em 1520, historiador oficial da cidade-Estado. Ao mesmo tempo desenvolveu obras literárias e teatrais que pouco tinham a ver com seu pensamento filosófico político, embora revelem sua inteligência brilhante e seu refinamento estilístico, como na peça "A Madrágora" e no divertidíssimo conto "Belfegor" - que faz uma crítica ao consumismo da época, muito atual ainda nos dias de hoje.Nesse sentido, pode-se compreender Maquiavel como um intelectual renascentista, cujo conhecimento pretendia abarcar os mais diversos aspectos da realidade, inclusive a arte - seja teatral ou literária.
Fonte: Enciclopédia Ilustrada da Folha
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