quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Gastos e desvios

Aplicar de forma correta os recursos governamentais não é nenhum favor, mas uma obrigação de quem assume um compromisso de exercer uma função pública em quaisquer das três esferas de poder. Infelizmente, quase sempre, esses compromissos não são cumpridos fielmente como deveriam, por conta dos desmandos administrativos, que se observam, tanto no passado, como na atualidade. Tanto é que os gastos e desvios dos recursos repassados, para as escolas públicas brasileiras, têm gerado efeitos colaterais danosos para alunos e professores, além de prejudicarem, diretamente, o potencial de crescimento econômico do país. A conclusão é de estudo desenvolvido por economistas da Universidade Pontifícia Católica do Rio de Janeiro, Universidade de Berkeley (Estados Unidos), e Banco Mundial. Representantes das três instituições analisaram o resultado da autoria dos gastos de 375 municípios, trabalho realizado pela Controladoria Geral da União, entre 2001 a 2004. A verdade é que é necessário que haja um controle mais rigoroso na aplicação dos recursos federais e os investimentos sejam realizados de forma racional em áreas prioritárias como educação, saúde, segurança e habitação, para que sejam evitados os desperdícios.

A receita pública federal, por exemplo, caiu 1,39% em setembro, em relação a agosto de 2009, atingindo 1 trilhão, 480 bilhões de reais, sendo a primeira diminuição, desde abril de 2009. Segundo o Tesouro Nacional, a valorização do real frente ao dólar, entre outros fatores, contribuiu para a redução do endividamento público, conforme foi divulgado em 22 de outubro de 2009.

Faz-se mister, portanto, que os responsáveis pela gestão pública sejam mais comedidos no controle dos gastos, para que a população possa ter uma melhor qualidade de vida, o que não acontece até hoje, apesar das antigas e repetidas promessas, sobretudo dos políticos hodiernos.

Tais figuras, certamente, não conhecem a celebre frase de Nicolau Maquiavel, filósofo-político italiano, contida no capítulo IX de O Príncipe: "não há melhor fortaleza do que a afeição do povo".


Ivan Mendes - Jornalista e advogado

Nenhum comentário: